Grutas (3), 2015
Três esculturas de barro cru sobre tampo
Dimensões diversas

Esculturas apresentadas na exposição “O nome desfigura as coisas” com curadoria de Hélder Castro, na Biblioteca Municipal de Lisboa Camões

Com terra desenho ventres da terra, a saber: grutas, labirintos naturais, considerados, primitivamente, como lugares sagrados. A descida a essas cavidades desconhecidas e obscuras, ao mundo inferior, é simultaneamente uma descida ao íntimo de nós mesmos. É uma aventura e uma prova de vida.

Por outro lado, modelar grutas é devolver ao barro a forma da terra viva, não particularmente a forma que lhe era própria, a ele, o barro, mas do lugar terrestre a que pertence, a terra no sentido alargado; é entrar, através dele, nas vísceras da terra, e experimentá-las em nós como lugares de gestação da arte.